É um livro de Oliver Sacks, um neurologista que reuniu casos reais atendidos por ele mesmo, transcreveu fazendo um livro de “relatos de casos” e o transformou em peças literárias. Construindo obras que vão do imaginário até o romantismo, com dissertação de cada caso, usando seus resultados positivos ou não sobre cada um.
O Tema do livro “O homem que confundiu a sua mulher com um chapéu”, relata um homem músico, cantor e professor, que exercendo sua profissão percebeu os primeiros sintomas de lapso de memória, não reconhecendo a fisionomia do rosto de um dos seus alunos. Somente quando ouvia a sua voz, ele lembra quem se tratava. Ele começou a não reconhecer uma série de formatos, como certos objetos, e até a sua própria esposa que ele confundiu com um chapéu. Como sua paixão era a música ele cantava para lembrar o que estava fazendo naquele momento.
Outro texto: “Um olhar a direita”, uma senhora que após um derrame não conseguia perceber nada que estava a sua esquerda, o seu campo visual só se restringia a direita, até a comida que estivesse em seu prato, comia sempre somente a metade direita. O texto “O dicionário de música ambulante” fala sobre um idoso de 60 anos que quando era bebê sofreu sequelas causadas por uma meningite e isso afetou parte de seu cérebro, ficando preservada a parte que ele grava tudo que lhe mostrasse ou ouvisse como a música. Como seu pai era cantor, ele passou a vida em contato com óperas, memorizando tudo que ouvisse, passando a conhecer e responder tudo que lhe perguntasse sobre ópera. Após o falecimento de seu pai ele foi internado em um asilo, se tornando agressivo.
O livro contêm outras histórias que nos fazem viajar, como: “perdas”, “excessos”, “transportes”, “o mundo dos simples”. Todos formam uma leitura envolvente que eleva ao pensamento questionamentos sobre s diferentes formas de alterações neurais. Oliver Sacks nasceu em Londres, em 1933, formado em medicina e continuou seus estudos nos Estados Unidos, foi professor de neurologia clínica na Universidade Columbia, teve várias publicações de livros e alguns que viraram filmes. Ele faleceu em 2015 aos 82 anos e foi uma grande perda para a Neurociência.